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Relato sobre a infecção urinária

  • Foto do escritor: Marcelo Jorge da Cunha
    Marcelo Jorge da Cunha
  • 28 de abr. de 2014
  • 3 min de leitura

Ao completar um ano de idade a pediatra da Alicia solicitou exames de rotina adequados para a idade, entre eles exames de urina. Uns dias antes de realizarmos a coleta do material para análise comecei notar que a urina estava com um odor muito forte. Forte mesmo! Que deixava as roupas fedidas.

Quando fizemos o exame de urina foi constatado a presença de bactérias. Contudo o resultado da urocultura foi de 80.000 colônias. Segundo os médicos, com esse número de colônias não é preciso tratar, e pediu que repetisse o exame uma semana depois do primeiro exame.

Na semana seguinte coletamos novamente (com coletor) e o resultado foi muito parecido com o primeiro. O único sintoma que Alicia apresentava de infecção era o odor, e também notei uma discreta perda de apetite, mas como ela as vezes fica ruim pra comer mesmo, nem considerei. Nunca apresentou febre. Diante desse resultado a pediatra solicitou nova coleta só que desta vez com sonda. E desta vez o número de colônias foi bem maior, além da presença de nitrito e hemoglobina que nos anteriores não estavam presentes.

Iniciamos o antibiótico (primeira vez que ela tomou na vida) Cefaclor e ela tomou por 7 dias. Depois do tratamento a médica pediu nova coleta e pra nossa surpresa o resultado foi de que estivesse com infecção urinária novamente (nitrito +, leucócitos aumentados, bactérias mais de 100.000 colônias).

Iniciamos novo ciclo de antibiótico (Bactrin) por mais 7 dias.

Depois do tratamento, lá fomos nós novamente para o laboratório coletar novo exame de urina. Desta vez já fui meio desanimada, pois eu sentia que o odor da urina ainda estava forte. Já pensava em coisas ruins. Mas estávamos embarcando pra SP na mesma semana e ainda bem tínhamos marcado a consulta com o urologista. E nenhuma surpresa nos resultados. Deu tudo de novo (nitrito +, leucócitos aumentados, hemoglobina +).

Quando fomos ao urologista ele questionou se ela realmente teve infecções urinárias, e decidiu que ela deveria fazer o teste urodinâmico (já havia feito um com 03 meses de idade). Fizemos o teste na mesma hora no consultório do médico, e sinceramente, não gostei de como foi feito, não senti confiança na realização do exame. E após o exame o médico fechou o diagnóstico dizendo que ela estava retendo urina na bexiga e precisaria iniciar o cateterismo. Saí do consultório passando sonda na Alicia, desnorteada, mas confiando na conduta médica.

No dia seguinte comentei com algumas pessoas que convivem com a mielo e bexiga neurogênica, e fui estimulada a procurar uma segunda opinião.

Procuramos outro médico urologista, muito conceituado, por indicação de uma mãe de criança com mielo que passou pela mesma situação que nós.

Resultado: o médico nos deixou muito ciente de que ela poderá fazer cateterismo um dia, mas que na opinião dele ainda poderíamos tentar um tratamento menos invasivo. Nos fez muitas orientações da importância do acompanhamento com a ultrassonografia do trato urinário a cada 3 meses, e contra indicou a realização de teste urodinâmico nesta idade.

Gostamos do médico e decidimos (eu e Marcelo) em fazer a conduta por ele sugerida. Alicia tratou a infecção urinária que ainda estava (fizemos novo exame de urina em SP coletado por sonda) com o Bactrin, e agora ela toma o bactrin profilático 3ml, 1 vez ao dia. Por enquanto por tempo indeterminado. Além disso, nos orientou sobre a importância de tratar o intestino. Ele prescreveu a lactulose. A lactulose ainda está em fase de testes na Alicia. O médico prescreveu 5 ml/dia. Demos por 2 dias seguidos. Ela teve uma super diarreia.

Depois disso, li na bula que a dose pode ser reduzida caso isso acontecesse. Atualmente, estou oferecendo a ela 2,5ml em dias alternados, ou 1 dia sim e 2 não, dependendo da consistência das fezes.Pessoal, nós como pais sempre queremos o que é melhor para nossos filhos. Sempre rezamos pra que Alicia não precisasse de cateterismo e faremos tudo o que for preciso para que ela continue não precisando dele. Mas é claro que não é o fim do mundo e se realmente for necessário faremos com todo amor e cuidado necessário.

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